terça-feira, 6 de novembro de 2012

1929 – CONSTRUÇÃO DO CRISTO REDENTOR


O Cristo Redentor é um monumento localizado no bairro do Alto da Boa Vista, na cidade do Rio de Janeiro. Situa-se no topo do Morro do Corcovado, a 709 metros acima do nível do mar. A estrada de rodagem que dá acesso ao local onde hoje se situa o Cristo Redentor foi construída em 1824. Já a estrada de ferro teve o primeiro trecho (Cosme Velho-Paineiras) inaugurado em 1884. No ano seguinte, 1885, o segundo trecho foi concluído, completando a ligação com o cume. A ferrovia, que tem 3 800 metros de extensão, foi a primeira a ser eletrificada no Brasil, em 1906.

A construção de um monumento religioso no local foi sugerida pela primeira vez em 1859, pelo padre lazarista Pedro Maria Boss, à Princesa Isabel. No entanto, apenas retomou-se efetivamente a ideia em 1921, quando se iniciavam os preparativos para as comemorações do centenário da Independência.

Para isso, em 1920, o Presidente Epitácio Pessoa transferiu para o domínio da Arquidiocese o pico do Corcovado, comprometendo-se a colaborar com a obra melhorando os acessos e fornecendo uma série de subsídios. Foi então realizado um concurso público de projetos, vencido pelo arquiteto brasileiro Heitor da Silva Costa. O projeto vencedor, de um Cristo carregando a Cruz, era bastante calcado no Cristo de Mendoza, na Argentina.

Motivos financeiros retardaram a iniciativa por alguns anos. Em 1922, o Governo instalou uma enorme antena de rádio, a primeira do país, em forma de cruz, no alto do Corcovado, para proceder à primeira experiência com radiofonia durante a Exposição Internacional do Centenário da Independência do Brasil. Silva Costa, ao observar a dita cruz, pensou em alterar seu projeto, dando ao próprio Cristo uma forma cruciforme, bem mais legível à distância que o projeto original.

Em 1923, os planos foram levados à Europa, onde, na França, foram calculados pelo escritório de engenharia de Victor Caquot, famoso engenheiro, especializado em estruturas de grande porte. O Cristo teria doze pavimentos internos e estrutura suficientemente resistente para suportar um tufão de 250km/h, o que não ocorre no clima do Rio de Janeiro.

Aproveitou-se a ida de Silva Costa à França para que o mesmo escolhesse e contratasse um grande escultor para confeccionar as mãos e o rosto da imagem. A escolha recaiu no artista francês Paul Landowski, escultor muito renomado em França, que utilizou como modelo para a estátua as formas da brasileira Margarida Lopes de Almeida, ela mesma artista plástica e tida como possuidora das mais belas mãos do Brasil.

Foram encarregados da obra os engenheiros Pedro Vianna da Silva e Heitor Levy. Este último cedeu sua chácara para os trabalhos de moldagem. Levy, que era judeu, ficou tão envolvido com a obra que se converteu ao cristianismo e colocou os nomes seu e de sua família num vidrinho que misturou com a massa de concreto do coração da imagem.

A pedra fundamental do monumento foi lançada em 4 de abril de 1922, mas as obras somente foram iniciadas em 1926. Dentre as pessoas que colaboraram para a realização podem ser citados o engenheiro Heitor da Silva Costa (autor do projeto escolhido em 1923), o artista plástico Carlos Oswald (autor do desenho final do monumento) e o escultor francês de origem polonesa Paul Landowski (executor dos braços e do rosto da escultura).

A montagem durou de 1926 a fins de 1931, não ocorrendo acidente algum durante as obras.

A Revolução de 1930 atrasou a inauguração da obra, finalmente ocorrida com grandes festas a 12 de outubro de 1931, dia da Padroeira do Brasil, Nossa Senhora da Conceição Aparecida.

Na mesma noite foi inaugurada a iluminação. Foi montado no Corcovado aparatoso equipamento de rádio para tal, pois, a convite de Assis Chateaubriand, o inventor Guglielmo Marconi aceitou ligar as luzes da estátua acionando uma chave de poderoso equipamento de rádio situado em Gênova, na Itália, onde se encontrava. No entanto, o mau tempo impossibilitou a façanha e a estátua foi acionada por um suboficial do Exército, o futuro escritor católico Gustavo Corção.

A construção do Cristo Redentor é considerada um dos grandes capítulos da engenharia civil brasileira. Foi erguida em concreto armado e revestida de um mosaico de triângulos de pedra-sabão originária da região de Carandaí, no estado brasileiro de Minas Gerais.

Ainda hoje, algumas pessoas dizem que o monumento foi um presente da França para o Brasil, quando, na verdade, a obra foi erigida a partir de doações de fiéis de arquidioceses e paróquias por todo o país, com o projeto de autoria e chefia do engenheiro Heitor da Silva Costa. Da França vieram apenas uma réplica de quatro metros feita de pequenos moldes, assim como modelos das mãos feitos pelo colaborador Landowski.

Símbolo do cristianismo, o monumento tornou-se um dos ícones mais conhecidos internacionalmente. No dia 7 de julho de 2007, em Lisboa, no Estádio da Luz, foi eleito uma das novas sete maravilhas do mundo. Dos seus 38 metros, oito estão no pedestal e trinta na estátua, a qual é a segunda maior escultura de Cristo no mundo, atrás apenas da Estátua de Cristo Rei, na Polônia.



O fotógrafo Custódio Coimbra, da Agência O Globo, conseguiu registrar o momento em que um raio atingiu o Cristo Redentor, durante a forte chuva que atingiu o Rio de Janeiro.






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